QUAL É O SEU PERFIL NA BALADA?
O levantamento de Karlan Muniz da PUC-PR identificou cinco perfis de baladeiros, de acordo com seus objetivos na festa, que são: os boêmios, os fugitivos, os caçadores, os expectadores eos notáveis.
BOÊMIOS (26,8%)
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O que querem na balada:
A balada é um hábito. Ele está lá mais para ficar na sua - gosta da paz e dos seus amigos, gosta de beber (não é um bêbado, mas a bebida é um hábito).
O que não querem:
Não tem intenção de aparecer, não dá valor especial para atração musical e não busca, em princípio, romance.
Quem são eles:
Predominam os homens. Tem gente de todas as faixas etárias, mas em comparação é o grupo mais maduro.
FUGITIVOS (16,5%)
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O que querem na balada:
A balada é uma fuga da rotina, um momento de diversão e distração, e a hora de fazer "uma social" e interagir com os conhecidos, colocar o papo em dia.
O que não querem:
É o grupo que menos deseja encontrar um par romântico, e o que menos presta atenção na música ou banda tocando.
Quem são eles:
A grande maioria é composta por mulheres e por pessoas com menos de 26 anos. É o grupo com a maior proporção de pessoas casadas, em comparação aos demais.
CAÇADORES (21,3%)
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O que querem na balada:
Estão ali em busca de romance (se solteiros, em busca de um parceiro(a)). Querem beber e curtir a música, mas não vão ficar na sua. Querem conhecer gente nova. E querem beijar bastante.
O que não querem:
Não querem aparecer. Ficam "na surdina" observando parceiros em potencial, para dar o bote. Por isso o rótulo "caçadores".
Quem são eles:
A maioria é homem, e a maioria é jovem (menos de 26 anos) e solteiro.
EXPECTADORES (14,2%)
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O que querem na balada:
Esse grupo vai para assistir a atração musical ou curtir o estilo musical. Quer ficar na sua, concentrado naquilo. É um grupo mais passivo, por assim dizer.
Quem são eles:
Não quer aparecer nem é de beber muito. Romance, só se cair do céu, mesmo. As mulheres são maioria.
Quem são eles:
Tem pessoas de todas as idades, mas na comparação é o grupo com mais pessoas com mais de 30 anos. A maioria é de solteiros.
NOTÁVEIS (21,2%)
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O que querem na balada:
Essas pessoas querem é chamar a atenção na baladas. Vão beber e curtir bastante o show. Até vão procurar ficar na sua, mas querem é ser vistos(as) pelos outros, e para isso vão ousar no figurino e soltar-se um pouco mais que a média durante a festa, com tendência a dançar bastante. E, depois disso tudo, também querem romance no final.
Quem são eles:
Esse grupo não respondeu negativamente a nenhuma motivação. Apenas tem uma ênfase no quesito “ficar em evidência”.
Quem são eles:
As mulheres são a grande maioria neste grupo. E a maioria é de solteiras.
SOBRE A PESQUISA
Nos dias de hoje, um dos principais programas de lazer na vida de um jovem comum é a balada – movimento que torna intenso o mercado de festas em todo o mundo. Uma pesquisa realizada por Karlan Muniz, professor da Católica SC, em uma de suas pesquisas para o doutorado na PUC-PR, mostra a segmentação de consumidores dentro do mercado de festas noturnas.
Muniz entrevistou 690 internautas de todas as idades que frequentam baladas com regularidade e procurou revelar os motivos que fazem estes consumidores saírem de casa no sábado à noite.
A pesquisa revelou cinco tipos de baladeiros, que se diferenciam pelas motivações envolvidas nas idas a festas e baladas. Segundo Muniz, os tipos encontrados refletem interesses diferentes dentro de uma mesma festa. “Há pessoas que estão concentradas em curtir a atração musical. Outros estão ali para fugir da rotina e outros estão em busca de romance. A maioria das motivações envolve aspectos emocionais, metas naturais envolvidas com uma atividade de lazer”, destaca.
Os cinco grupos de baladeiros encontrados – boêmios, fugitivos, caçadores, expectadores e notáveis – podem ser encontrados na mesma festa, e podem até conviver em relativa paz. Uma casa noturna pode criar espaços e serviços para cada grupo se sentir bem, mas também podem existir empresas do setor cujo foco seja em um único grupo (como boêmios ou expectadores). “Podemos dizer que, por exemplo, o grupo dos boêmios pode ficar incomodado com uma festa que nitidamente está cheia de caçadores e notáveis, rejeitar a festa e não retornar”, diz Muniz.
O QUE ELES OBSERVAM
A pesquisa de Muniz quis identificar também quais são os aspectos que mais impactam na satisfação e na insatisfação do entrevistado com a balada que frequenta. Uma coisa é certa: todos os públicos, independentemente de sexo e idade, levam em consideração o que pode ser denominado “perfil da balada”. Ou seja, quem vai estar lá (perfil de idade, social, econômico), se costuma ter gente bonita, se existe um comportamento respeitoso das pessoas e qual é o estilo de música predominante. “Enfim, a fama do lugar ou da balada específica. Outra coisa que se mostrou unânime é o nível de lotação ou aglomeração de pessoas, espaço para dançar e até para sentar um pouco”, comenta o professor.
No entanto, foi possível perceber que, na balada, os homens e o as pessoas mais maduras dão mais valor para a agilidade do serviço (não gostam de filas em caixa ou saída, e querem que o garçom seja rápido e de qualidade), enquanto as mulheres ligam mais para a situação dos banheiros do estabelecimento em questão: o conforto, o espaço, a limpeza e as filas dos ambientes.
A pesquisa salientou ainda a importância e o impacto da animação do grupo na satisfação com a balada. Isso significa que o consumidor fica mais satisfeito com a festa se os amigos ou os parceiros estiverem presentes e animados, se comportando adequadamente. O estudo mostra que esta animação é um fator mais importante do que o preço na satisfação dos baladeiros. Portanto, imagine que um casal discute antes de ir para a balada. A conclusão da discussão pode resultar na queda da satisfação com a festa como um todo, e até deixá-los chateados com a casa noturna em questão. “E isso é algo que a casa noturna não pode controlar”, explica Muniz.
UTILIDADE PÚBLICA
A pesquisa tem ainda alguns dados adicionais, pois comparou os grupos e verificou, por exemplo, aqueles que mais compram roupas novas para a balada (o grupo das notáveis ficou com o primeiro lugar), aqueles que mais gastam dinheiro dentro da balada (no caso, os caçadores) e quais são os perfis mais fiéis, ou seja, que costumam repetir a mesma balada (os fugitivos e as notáveis são os que mais repetem as baladas).
Quando discute os resultados e o enfoque da pesquisa de comportamento, Muniz ressalta que o uso de técnicas de segmentação mais sofisticadas pode apoiar empresas para melhor compreender as motivações e fontes de satisfação de consumidores. “Essa pesquisa é um exemplo do que é possível fazer em termos de preparação para uma estratégia de mercado eficaz, ao invés de estabelecer um público-alvo simplesmente pela faixa etária ou pela classe socioeconômica”, diz. “O mercado de festas e baladas foi escolhido porque representa um setor em evolução profissional, onde gira uma economia expressiva, além de envolver boa parte dos jovens desta geração no país. Trata-se de um tipo de lazer democrático”, complementa.
A pesquisa também tem contribuição relevante no sentido de expor para a sociedade quem está consumindo estas festas, possibilitando uma análise mais aprofundada que pode resultar em políticas públicas e direcionamento em termos de estratégias de educação.
Disponível em: http://www.noticenter.com.br/
Acesso em: 26.jan.2012