quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

QUAL É O SEU PERFIL NA BALADA? BOÊMIO? FUGITIVO? CAÇADOR? EXPECTADOR? NOTÁVEL?

QUAL É O SEU PERFIL NA BALADA?

O levantamento de Karlan Muniz da PUC-PR identificou cinco perfis de baladeiros, de acordo com seus objetivos na festa, que são: os boêmios, os fugitivos, os caçadores, os expectadores eos notáveis.


BOÊMIOS (26,8%)
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O que querem na balada:
 A balada é um hábito. Ele está lá mais para ficar na sua - gosta da paz e dos seus amigos, gosta de beber (não é um bêbado, mas a bebida é um hábito).
O que não querem:
Não tem intenção de aparecer, não dá valor especial para atração musical e não busca, em princípio, romance.
Quem são eles:
Predominam os homens. Tem gente de todas as faixas etárias, mas em comparação é o grupo mais maduro.


FUGITIVOS (16,5%)
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O que querem na balada:
A balada é uma fuga da rotina, um momento de diversão e distração, e a hora de fazer "uma social" e interagir com os conhecidos, colocar o papo em dia.
O que não querem:
É o grupo que menos deseja encontrar um par romântico, e o que menos presta atenção na música ou banda tocando.
Quem são eles:
A grande maioria é composta por mulheres e por pessoas com menos de 26 anos. É o grupo com a maior proporção de pessoas casadas, em comparação aos demais.

CAÇADORES (21,3%)
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O que querem na balada:
Estão ali em busca de romance (se solteiros, em busca de um parceiro(a)). Querem beber e curtir a música, mas não vão ficar na sua. Querem conhecer gente nova. E querem beijar bastante.
O que não querem:
Não querem aparecer. Ficam "na surdina" observando parceiros em potencial, para dar o bote. Por isso o rótulo "caçadores".
Quem são eles:
A maioria é homem, e a maioria é jovem (menos de 26 anos) e solteiro.

EXPECTADORES (14,2%)
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O que querem na balada:
 Esse grupo vai para assistir a atração musical ou curtir o estilo musical. Quer ficar na sua, concentrado naquilo. É um grupo mais passivo, por assim dizer.
Quem são eles:
Não quer aparecer nem é de beber muito. Romance, só se cair do céu, mesmo. As mulheres são maioria.
Quem são eles:
 Tem pessoas de todas as idades, mas na comparação é o grupo com mais pessoas com mais de 30 anos. A maioria é de solteiros.

NOTÁVEIS (21,2%)
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O que querem na balada:
Essas pessoas querem é chamar a atenção na baladas. Vão beber e curtir bastante o show. Até vão procurar ficar na sua, mas querem é ser vistos(as) pelos outros, e para isso vão ousar no figurino e soltar-se um pouco mais que a média durante a festa, com tendência a dançar bastante. E, depois disso tudo, também querem romance no final.
Quem são eles:
Esse grupo não respondeu negativamente a nenhuma motivação. Apenas tem uma ênfase no quesito “ficar em evidência”.
Quem são eles:
As mulheres são a grande maioria neste grupo. E a maioria é de solteiras.


SOBRE A PESQUISA

Nos dias de hoje, um dos principais programas de lazer na vida de um jovem comum é a balada – movimento que torna intenso o mercado de festas em todo o mundo. Uma pesquisa realizada por Karlan Muniz, professor da Católica SC, em uma de suas pesquisas para o doutorado na PUC-PR, mostra a segmentação de consumidores dentro do mercado de festas noturnas.


Muniz entrevistou 690 internautas de todas as idades que frequentam baladas com regularidade e procurou revelar os motivos que fazem estes consumidores saírem de casa no sábado à noite.

A pesquisa revelou cinco tipos de baladeiros, que se diferenciam pelas motivações envolvidas nas idas a festas e baladas. Segundo Muniz, os tipos encontrados refletem interesses diferentes dentro de uma mesma festa. “Há pessoas que estão concentradas em curtir a atração musical. Outros estão ali para fugir da rotina e outros estão em busca de romance. A maioria das motivações envolve aspectos emocionais, metas naturais envolvidas com uma atividade de lazer”, destaca.

Os cinco grupos de baladeiros encontrados – boêmios, fugitivos, caçadores, expectadores e notáveis – podem ser encontrados na mesma festa, e podem até conviver em relativa paz. Uma casa noturna pode criar espaços e serviços para cada grupo se sentir bem, mas também podem existir empresas do setor cujo foco seja em um único grupo (como boêmios ou expectadores). “Podemos dizer que, por exemplo, o grupo dos boêmios pode ficar incomodado com uma festa que nitidamente está cheia de caçadores e notáveis, rejeitar a festa e não retornar”, diz Muniz.

O QUE ELES OBSERVAM

A pesquisa de Muniz quis identificar também quais são os aspectos que mais impactam na satisfação e na insatisfação do entrevistado com a balada que frequenta. Uma coisa é certa: todos os públicos, independentemente de sexo e idade, levam em consideração o que pode ser denominado “perfil da balada”. Ou seja, quem vai estar lá (perfil de idade, social, econômico), se costuma ter gente bonita, se existe um comportamento respeitoso das pessoas e qual é o estilo de música predominante. “Enfim, a fama do lugar ou da balada específica. Outra coisa que se mostrou unânime é o nível de lotação ou aglomeração de pessoas, espaço para dançar e até para sentar um pouco”, comenta o professor.

No entanto, foi possível perceber que, na balada, os homens e o as pessoas mais maduras dão mais valor para a agilidade do serviço (não gostam de filas em caixa ou saída, e querem que o garçom seja rápido e de qualidade), enquanto as mulheres ligam mais para a situação dos banheiros do estabelecimento em questão: o conforto, o espaço, a limpeza e as filas dos ambientes.

A pesquisa salientou ainda a importância e o impacto da animação do grupo na satisfação com a balada. Isso significa que o consumidor fica mais satisfeito com a festa se os amigos ou os parceiros estiverem presentes e animados, se comportando adequadamente. O estudo mostra que esta animação é um fator mais importante do que o preço na satisfação dos baladeiros. Portanto, imagine que um casal discute antes de ir para a balada. A conclusão da discussão pode resultar na queda da satisfação com a festa como um todo, e até deixá-los chateados com a casa noturna em questão. “E isso é algo que a casa noturna não pode controlar”, explica Muniz.

UTILIDADE PÚBLICA

A pesquisa tem ainda alguns dados adicionais, pois comparou os grupos e verificou, por exemplo, aqueles que mais compram roupas novas para a balada (o grupo das notáveis ficou com o primeiro lugar), aqueles que mais gastam dinheiro dentro da balada (no caso, os caçadores) e quais são os perfis mais fiéis, ou seja, que costumam repetir a mesma balada (os fugitivos e as notáveis são os que mais repetem as baladas).

Quando discute os resultados e o enfoque da pesquisa de comportamento, Muniz ressalta que o uso de técnicas de segmentação mais sofisticadas pode apoiar empresas para melhor compreender as motivações e fontes de satisfação de consumidores. “Essa pesquisa é um exemplo do que é possível fazer em termos de preparação para uma estratégia de mercado eficaz, ao invés de estabelecer um público-alvo simplesmente pela faixa etária ou pela classe socioeconômica”, diz. “O mercado de festas e baladas foi escolhido porque representa um setor em evolução profissional, onde gira uma economia expressiva, além de envolver boa parte dos jovens desta geração no país. Trata-se de um tipo de lazer democrático”, complementa.

A pesquisa também tem contribuição relevante no sentido de expor para a sociedade quem está consumindo estas festas, possibilitando uma análise mais aprofundada que pode resultar em políticas públicas e direcionamento em termos de estratégias de educação.

Acesso em: 26.jan.2012


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Cliente X Consumidor - Você sabe diferenciar?

                                                                                                                                                Bárbara S. Sabino*





      É preciso reconhecer que existe certa confusão conceitual quanto ao emprego dos termos cliente e consumidor. Quase sempre, mesmo que inconscientemente, optamos por cliente. Errado, errado não está, mas dependendo do contexto pode ter conotação diferenciada. Até porque se estes termos tivessem o mesmo significado, não precisaríamos de duas palavras.


     Pois bem, vamos exemplificar com o Sr. Zé das Couves. Na feira livre, ele tem uma barraca e vende seus produtos hortifrutigranjeiros direto às donas de casa, cujos familiares são os consumidores finais de seus produtos. Desvendado o primeiro mistério, o consumidor é aquele que consume, enfim, usa o produto. Essa estratégia mercadológica é denominada de DISTRIBUIÇÃO DIRETA do produtor ao consumidor final.


      Além disso ele vende também, para um grande atacadista. Este repassa os produtos do Sr. Zé das Couves para vários distribuidores que vendem a supermercados (varejistas). Assim atacadistas, distribuidores e varejistas são clientes uns dos outros e formam uma cadeia de clientes organizacionais. Isso para que consumidores finais longínquos possam ter acesso aos produtos do Sr. Zé das Couves. Já essa estratégia, mercadologicamente falando, se dá de forma INDIRETA.


      Resumindo, DISTRIBUIÇÃO DIRETA ocorre quando o produtor vende direto ao CONSUMIDOR final, que é quem realmente, usa o produto. Já a DISTRIBUIÇÃO INDIRETA pode contar com vários níveis de atravessadores (CLIENTES organizacionais) entre o produtor e o consumidor final.



 Mestra em Administração, é consultora empresarial na Sabino Comunicação e professora na Universidade do Vale do Itajaí – Univali. barbarasabino@terra.com.br